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Ainda estou aqui

Afinal por que alguém assistiria? Uma história terrível. Quem iria gostar tanto desse filme? Nem mesmo parece real. Mais...

As cenas com a protagonista nadando no mar, quase que se atirando ao aberto, essas sim, são reais. É o que eu costumo fazer toda vez que fujo para o Rio de Janeiro. Uma das minhas paixões é nadar. Três horas seguidas, até me lembrar. Lembrar que do outro lado da cidade, da minha cidade, existe arte. Há mais uma outra luz, sabe?

O filme te prepara para o pior. Você sente, subitamente, o que está para acontecer. Outro efeito na experiência é que o método de interrogatório não é entregue, explicado, passo a passo. Você descobre, pensa sobre, por alguns minutos. E acredita que eles te dão esse tempo? A próxima cena é logo ali, depois da sua conclusão.

Escrito em 6 de fevereiro de 2025

Um mais sobre Ainda Estou Aqui

A tática do desaparecimento é cruel. Essa é uma frase do filme. Como alguém entra na tua casa, te toma alguém, leva preso e depois diz: 'Sumiu'? Mais...

Se já não bastasse a dor da perda, ainda não há meios de subsistência. Como quando vemos notícias de catástrofes, destruindo cidades inteiras. Alguém que perdeu tudo e todos, desperta na manhã seguinte em um abrigo temporário. Ou será que nem mesmo consegueria dormir?

A vida muda de um dia para o outro e toda a segurança de mais ou menos saber como será o dia de amanhã desaparece.

Outra frase do filme que deixa expressa o sofrimento, é sobre um documento. Novamente, se não bastasse a dor, ainda há "a sensação esquisita de sentir alívio com um atestado de óbito.".

Escrito em 17 de fevereiro de 2025

O filme Flow

Flow é um gatinho sortudo que está sempre demandando ser salvo. As vezes pela personificação do acaso. Muitas outras por um último suspiro de decisão. Entre a eminente queda e o último agarrar - só agarra quem tem garras - escolhe o último agarrar no único instante restante. Mais...

Esse escapar é como quando uma arma esteve apontada para meu lado esquerdo, somente o vidro do carro a me separar, depois de um motorista me fechar no trânsito. Não o culpo. Estava com sua família e esse foi seu último recurso. Escapei com um apontar de direção com frieza e sem esboçar a raiva que me fez o seguir por quilômetros. Como se nada tivesse acontecido. Tudo era um engano. Irreal. Inclusive aquela reação.

Escrito em 16 de março de 2025

O documentário Árvore Ser

Que eu me lembre, todas as casas em que morei tinham árvores na calçada. A moda do quintal em piso começou logo após o falso fim do mundo no ano 2000. Para a adesão: cimento e piso no lugar de grama e árvore. Piscina de tamanho médio para completar. Um item não obrigatório, porém, diferencial. Mais...

O resultado em escala? Dias mais quentes no bairro. As cidades são organismos vivos, agindo como um só, em modas. O orgulho que sentimos por sermos independentes, cada um em sua casa, é real, somos únicos. Mas ainda assim, temos ações em conjunto, em sociedade. Todo mundo comprou microondas na mesma época. Não foi?

Eu ainda prefiro caminhar na sombra das árvores da praça Barão de Araras. E em um minuto de pesquisa - sim, o documentário faz isso conosco, você se pega pesquisando sobre árvores - consegui entender algo interessante. Em seu sistema respiratório, uma árvore utiliza o calor do ambiente.

Dito isso, assistirei novamente ao documentário, dessa vez em casa, tem no youtube. E talvez. Talvez eu plante uma árvore.

Escrito em 2 de abril de 2025